Tenho aproveitado este período entre TECs para fazer uma revisão tipo carro, mas ao meu corpito, porque estava mais que na hora. Desde muito nova que o faço, porque o meu historial clínico e familiar obriga-me a ter esse cuidado. No ano passado não o fiz e este ano estou a deparar-me com notícias pouco animadoras. Planeava tomar o Provera já no dia 26 para dar início à preparação da TEC, contudo decidi adiar umas duas semanas para dar tempo de receber uns resultados. Espero que depois de tudo estar esclarecido possa dedicar-me à TEC, pois será bom sinal.
Confesso que estou com medo, pela primeira vez na vida, do resultado de um exame que tenho de repetir e de outros que vou fazer. A palavra de seis letras começada por C que assombra a minha família e a tem vindo a dizimar, anda a rondar. Tenho vindo a agir no sentido de, na eventualidade de ela andar aqui pelos meus lados, conseguir resolver o assunto para poder cá andar mais uns anos. Ontem uma médica disse-me "boa sorte", a propósito do exame que vou realizar novamente. Foi estranho e preocupante ouvi-lo.
Não seria maluca de me aventurar a realizar outra TEC com este tipo de problema pendente. Antes de proceder ao milagre da vida tenho de garantir que a minha está íntegra. Em vez de fazer a transferência em meados de setembro, deixo para quando souber que está tudo seguro.
É importante não descurarmos a própria saúde, assim como não esquecer que os mesmos fármacos que tomamos para levar os tratamentos a bom porto podem ter efeitos adversos no nosso organismo. Ando também a investigar se os milhares de comprimidos e injetáveis que passaram por mim deixaram sequelas.
Não está a ser uma fase muito entusiasmante...
Um grito mudo de alguém que viveu no submundo da INFERTILIDADE e (spoiler alert!) - acabou por mudar de rumo
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Histeroscopia
Outra etapa foi cumprida, falta saber os resultados. Fiz a primeira histeroscopia da minha vida e fiquei a conhecer ao vivo e a cores mais uma entranha do meu corpo. Antes de me preparar para colocar na marquesa tive de fazer um teste de urina para verificar se não estava grávida, porque a última vez que menstruei foi quando abortei. Depois de se concluir que não houve milagre fui pôr-me a postos. Do ponto de vista morfológico não há nada que comprometa uma gravidez, está tudo normal. A histeroscopia foi suportável e o facto de estarmos a visualizar as imagens funciona como elemento distrator tornando a sua realização um pouco mais facilitada. Das biópsias não posso dizer o mesmo... Foram feitas duas, uma a fresco e outra para ser conservada em formol. Sem papas na língua vou dizer que doeu muito. Não consigo descrever o que senti. Se tiver de comparar esta dor com a das colonoscopias que já fiz sem sedação, não sei como organizar o top. O meu marido assistiu a tudo. Tentei manter-me o mais quieta possível para facilitar a recolha das amostras. Estava ciente que aquela dor não se devia a quem estava a executar. A opção pelas biópsias deveu-se às falhas de implantação, sendo também corroborada pelo aspeto normal do útero.
Depois de findo o massacre fiquei durante algum tempo sentada para ver como me sentia. Quando pensava que devia estar quase em condições para me levantar comecei a ficar enjoada e tonta. A enfermeira despejou-me açúcar debaixo da língua, voltou a colocar o oxímetro no dedo e fiquei mais algum tempo sentada para ver se melhorava. Comecei a sentir dores do género das menstruais, continuava fraca. Disseram para me deitar um pouco na cama que se encontra na sala. Pensei que ia desmaiar, via as coisas turvas à minha volta enquanto as pernas tinham dificuldade em sustentar o corpo. Algum tempo após ficar na horizontal comecei a transpirar e a enfermeira deixou a cortina parcialmente aberta para receber um pouco do ar condicionado. A visão foi ficando nítida e as dores no útero intensificaram um pouco. O meu marido foi para a sala de espera, desinfetaram a área onde se faz a histeroscopia e fecharam a cortina para poder chamar outra senhora enquanto eu repousava. Quando concluíram o exame da utente que entrou já me sentia bem.
Levei o relatório para o piso 3 da Medicina de Reprodução, perguntei quando irei realizar a próxima TEC. Se não houver nada que justifique adiamento, em setembro volto ao ataque. O meu processo já estava no arquivo do próximo mês. Será mais cedo do que esperava, tenho de fazer contas para ver quando começo o Provera para menstruar. Neste momento tenho uma hemorragia semelhante à menstruação. Não sei quanto tempo vai durar, felizmente o sofrimento ficou no hospital.
Organizei há pouco o meu historial desde que estou a ser acompanhada no HSJ. Desloquei-me ao mesmo 45 vezes desde dezembro de 2014. No âmbito das consultas de infertilidade, no Pedro Hispano, devo ter ido umas 10 vezes. Se tiver em conta que quase sempre passo uma manhã inteira no hospital foram alguns, os dias da minha vida, que fiquei plantada em salas de espera com a esperança que algum dia isto possa dar certo. A realidade neste momento é que estou cada vez mais convencida que o meu futuro não passará pela maternidade. O útero morfologicamente imaculado deixa-me com a triste ideia de que os embriões devem ter anomalias genéticas. Esgotaremos os 4 que nos restam. Se não resultar, não me sinto com disposição para fazer nova estimulação. Como se diz na gíria, será "chover no molhado" e uma PGS está fora de questão.
Depois de findo o massacre fiquei durante algum tempo sentada para ver como me sentia. Quando pensava que devia estar quase em condições para me levantar comecei a ficar enjoada e tonta. A enfermeira despejou-me açúcar debaixo da língua, voltou a colocar o oxímetro no dedo e fiquei mais algum tempo sentada para ver se melhorava. Comecei a sentir dores do género das menstruais, continuava fraca. Disseram para me deitar um pouco na cama que se encontra na sala. Pensei que ia desmaiar, via as coisas turvas à minha volta enquanto as pernas tinham dificuldade em sustentar o corpo. Algum tempo após ficar na horizontal comecei a transpirar e a enfermeira deixou a cortina parcialmente aberta para receber um pouco do ar condicionado. A visão foi ficando nítida e as dores no útero intensificaram um pouco. O meu marido foi para a sala de espera, desinfetaram a área onde se faz a histeroscopia e fecharam a cortina para poder chamar outra senhora enquanto eu repousava. Quando concluíram o exame da utente que entrou já me sentia bem.
Levei o relatório para o piso 3 da Medicina de Reprodução, perguntei quando irei realizar a próxima TEC. Se não houver nada que justifique adiamento, em setembro volto ao ataque. O meu processo já estava no arquivo do próximo mês. Será mais cedo do que esperava, tenho de fazer contas para ver quando começo o Provera para menstruar. Neste momento tenho uma hemorragia semelhante à menstruação. Não sei quanto tempo vai durar, felizmente o sofrimento ficou no hospital.
Organizei há pouco o meu historial desde que estou a ser acompanhada no HSJ. Desloquei-me ao mesmo 45 vezes desde dezembro de 2014. No âmbito das consultas de infertilidade, no Pedro Hispano, devo ter ido umas 10 vezes. Se tiver em conta que quase sempre passo uma manhã inteira no hospital foram alguns, os dias da minha vida, que fiquei plantada em salas de espera com a esperança que algum dia isto possa dar certo. A realidade neste momento é que estou cada vez mais convencida que o meu futuro não passará pela maternidade. O útero morfologicamente imaculado deixa-me com a triste ideia de que os embriões devem ter anomalias genéticas. Esgotaremos os 4 que nos restam. Se não resultar, não me sinto com disposição para fazer nova estimulação. Como se diz na gíria, será "chover no molhado" e uma PGS está fora de questão.
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