Encerrei as injeções de Menopur e Orgalutran, amanhã finalizo com o Decapeptyl. Foi a estimulação mais longa, mesmo assim a diferença não é muito significativa. Sinto-me como ontem, até estou bem. Tenho uma pequena esperança de que a punção e os dias seguintes vão ser um pouco mais fáceis de suportar do que tem acontecido.
Sendo a punção na terça, o domingo que lhe segue (13 de outubro) é mais uma data determinante, a do quinto dia dos mini-nós. Os already frozen deverão ser descongelados na sexta para poderem acompanhar os potenciais irmãos que vão estar cheios de gana para realizar divisão celular.
Um grito mudo de alguém que viveu no submundo da INFERTILIDADE e (spoiler alert!) - acabou por mudar de rumo
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sábado, 5 de outubro de 2019
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
PGT-A - Dia 12
As pipocas estão aí! Os folículos têm tamanhos heterogéneos mas ainda há tempo de alguns poderem vir a ser os tais. Não tenho a contagem detalhada contudo, pelo que vi, o ovário esquerdo tem 12 candidatos e o direito 10. Terça-feira é o dia da punção. As minhas amêndoas devem estar do tamanho de ameixas ou tangerinas e lá para segunda-feira deverei carregar no meu ventre duas laranjas em explosão eminente. Quando estou sentada consigo sentir que tenho cá dentro umas coisas volumosas e fazer a ecografia não foi a melhor das sensações. A andar também noto a presença dos ovários. Agora é sempre a piorar.
Vou manter Menopur e Orgalutran até amanhã. Domingo, como não podia deixar de ser, fecho a loja com Decapeptyl 0,1. Adio, adieu, acho que me vou livrar definitivamente destes três e das hiperestimulações. Será o fechar de uma das várias portas que estão abertas neste labirinto. Estou preparada para sofrer mais um pouco. Não tem sido de outra forma nos últimos dois meses, a um ritmo diário, em diferentes partes do corpo.
Depois da punção vem o próximo mistério: o do resultado da fecundação. Por enquanto estou radiante pelo degrau da estimulação ter resultado num agendamento de punção.
A enfermeira disse que os meus ovários fazem ver a muitas jovens. De que me tem servido isso? Se me tivesse calhado na rifa apenas um ou dois ovócitos na primeira FIV, que culminassem num filho, tinha ficado muito mais orgulhosa do que nos mais de 50 que me sacaram e que até agora não deram em nada.
Vou aguardar pelas cenas dos próximos capítulos, porque não tenho o dom da adivinhação.
Vou manter Menopur e Orgalutran até amanhã. Domingo, como não podia deixar de ser, fecho a loja com Decapeptyl 0,1. Adio, adieu, acho que me vou livrar definitivamente destes três e das hiperestimulações. Será o fechar de uma das várias portas que estão abertas neste labirinto. Estou preparada para sofrer mais um pouco. Não tem sido de outra forma nos últimos dois meses, a um ritmo diário, em diferentes partes do corpo.
Depois da punção vem o próximo mistério: o do resultado da fecundação. Por enquanto estou radiante pelo degrau da estimulação ter resultado num agendamento de punção.
A enfermeira disse que os meus ovários fazem ver a muitas jovens. De que me tem servido isso? Se me tivesse calhado na rifa apenas um ou dois ovócitos na primeira FIV, que culminassem num filho, tinha ficado muito mais orgulhosa do que nos mais de 50 que me sacaram e que até agora não deram em nada.
Vou aguardar pelas cenas dos próximos capítulos, porque não tenho o dom da adivinhação.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Ao ataque!
Não menstruei após o Decapeptyl, como é costume. Fiz ecografia esta manhã, o endométrio estava linear, prontinho a receber o Estrofem. Recomecei os dois comprimidos diários, volto ao Cartia e a dúvida das médicas era em relação ao Lepicortinolo. Há casos em que traz vantagens, noutros tem um efeito contrário ao pretendido. Elas receiam que eu seja desses casos. Quando disse que foi na TEC do corticoide que se viu um saquinho sem qualquer dúvida, a médica decidiu arriscar novamente no Lepicortinolo. Falei outra vez no Lovenox e, para já, não acham que possa trazer benefícios. Na próxima terça-feira volto a fazer ecografia.
Mais um ano letivo finda e agora é altura de tratar da preparação de alunos para o exame nacional. O horário de trabalho está organizado de outra forma e estou fisicamente cansada. Ando muito absorvida nesta missão mas neles acresce o sentimento de responsabilidade e o medo de bloquearem em algo tão determinante na definição das suas escolhas. Daqui a uma semana será o famigerado exame de 11° ano. A partir daí estarei mais disponível para passar cá mais vezes e arrebitar um pouco a atividade escrita.
Mais um ano letivo finda e agora é altura de tratar da preparação de alunos para o exame nacional. O horário de trabalho está organizado de outra forma e estou fisicamente cansada. Ando muito absorvida nesta missão mas neles acresce o sentimento de responsabilidade e o medo de bloquearem em algo tão determinante na definição das suas escolhas. Daqui a uma semana será o famigerado exame de 11° ano. A partir daí estarei mais disponível para passar cá mais vezes e arrebitar um pouco a atividade escrita.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Em modo pré-TEC 6
Ovários normalizados, é chegada a hora de preparar o ciclo da TEC 6 ou TEC 1.2. Vai ficar a designação TEC 6 para facilitar a leitura. A minha nádega está a queixar-se do Decapeptyl, aquele que tem efeito de redundância nos meus ovários naturalmente bloqueados. Os próximos dias serão passados em diferentes estados desagradáveis. Assumo com todas as letras: NÃO GOSTO DO DECAPEPTYL 3,75! Tenho direito a manifestar-me.
Face ao meu passado com o dito injetável quis saber o plano B se, à semelhança das duas vezes em que fui submetida a este protocolo, não menstruar. O plano A, partindo do pressuposto que a hemorragia de privação surge, consiste em iniciar dois comprimidos diários de Estrofem e ao nono dia do ciclo fazer ecografia. Se num prazo de 10 a 15 dias não houver alerta vermelho, entrarei em contacto com o hospital e agendar-se-á ecografia. Supondo que os ovários estejam devidamente bloqueados e o endométrio fino, iniciarei o Estrofem. Nada foi adiantado em relação à segunda parte do protocolo, que é a que me preocupa mais.
O consentimento para o descongelamento de 1 embrião está assinado. Prevejo que a TEC vá acontecer perto do S. João. Vai haver tripla influência do S. João nesta transferência: a época, o nome do hospital e o pai da criança que faz anos no dia do Santo que tem um cordeiro no colo. A fórmula mágica vai estar nesse triângulo, tenho dito!
A realidade é que o meu nível de confiança está neutro. Elas mandam (as médicas), eu cumpro.
Há mais de duas semanas que tenho enxaquecas diariamente a chatear-me. Não sei se é do efeito primavera que me altera o equilíbrio físico, deste tempo estúpido que não estabiliza ou a visão. Segunda-feira vou ao oftalmologista ver se a idade anda a deixar marcas nos olhinhos.
Face ao meu passado com o dito injetável quis saber o plano B se, à semelhança das duas vezes em que fui submetida a este protocolo, não menstruar. O plano A, partindo do pressuposto que a hemorragia de privação surge, consiste em iniciar dois comprimidos diários de Estrofem e ao nono dia do ciclo fazer ecografia. Se num prazo de 10 a 15 dias não houver alerta vermelho, entrarei em contacto com o hospital e agendar-se-á ecografia. Supondo que os ovários estejam devidamente bloqueados e o endométrio fino, iniciarei o Estrofem. Nada foi adiantado em relação à segunda parte do protocolo, que é a que me preocupa mais.
O consentimento para o descongelamento de 1 embrião está assinado. Prevejo que a TEC vá acontecer perto do S. João. Vai haver tripla influência do S. João nesta transferência: a época, o nome do hospital e o pai da criança que faz anos no dia do Santo que tem um cordeiro no colo. A fórmula mágica vai estar nesse triângulo, tenho dito!
A realidade é que o meu nível de confiança está neutro. Elas mandam (as médicas), eu cumpro.
Há mais de duas semanas que tenho enxaquecas diariamente a chatear-me. Não sei se é do efeito primavera que me altera o equilíbrio físico, deste tempo estúpido que não estabiliza ou a visão. Segunda-feira vou ao oftalmologista ver se a idade anda a deixar marcas nos olhinhos.
domingo, 29 de abril de 2018
FIV 2 - Dia 10
Decapeptyl injetado, a minha missão está concluída. Sinto alívio por não ter de passar mais por isto e, claro, receio que seja mais um esforço em vão.
Fisicamente não estou tão debilitada nesta fase como da outra vez, contudo, a dor está presente. O volume abdominal também aumentou, deitar-me para o lado direito incomoda bastante, andar de carro em piso irregular não causa uma sensação muito boa. Mesmo assim acho que não está tão mau como na estimulação de 2016.
Esta máquina de crescimento de folículos em tempo recorde vai entrar na reforma. A sua carreira foi peculiar e memorável, pelo menos para mim. Espero que nos próximos anos pense cada vez menos nos ovários e fique em paz com eles.
Começa a minha despedida a esta dinâmica de procura pela fertilidade. Os próximos dias trarão novamente preocupação mas, no que diz respeito a estimulações, coloquei um ponto final.
Fisicamente não estou tão debilitada nesta fase como da outra vez, contudo, a dor está presente. O volume abdominal também aumentou, deitar-me para o lado direito incomoda bastante, andar de carro em piso irregular não causa uma sensação muito boa. Mesmo assim acho que não está tão mau como na estimulação de 2016.
Esta máquina de crescimento de folículos em tempo recorde vai entrar na reforma. A sua carreira foi peculiar e memorável, pelo menos para mim. Espero que nos próximos anos pense cada vez menos nos ovários e fique em paz com eles.
Começa a minha despedida a esta dinâmica de procura pela fertilidade. Os próximos dias trarão novamente preocupação mas, no que diz respeito a estimulações, coloquei um ponto final.
sexta-feira, 27 de abril de 2018
FIV 2 - Dia 9
Acordei sem dores ou peso no fundo da barriga e dirigi-me ao hospital, mentalizada que me iam dizer que o ciclo seria cancelado.
Foi a Diretora quem fez a inspeção às entranhas. Logo no início da ecografia, começou a torcer o nariz. Foi analisar o outro ovário e torceu o nariz novamente. Convencida de que não tinha acontecido nada desde terça, perguntei "Não há nada, pois não?". Resposta dela : "São milhentos!" Na minha completa inocência supus que ainda estivessem pequenos. Iniciou a contagem. A dada altura, parou de fazer a ecografia. Estava a preparar-me para levantar quando a médica disse que ainda não tinha acabado. Como já não cabiam mais dados no ecrã, tinha de apontar na folha a informação do ovário direito. Depois de escrever tudo, fez a contagem no esquerdo. O endométrio estava com 8,4 mm mas como não vou fazer transferência neste ciclo, de nada importa. Quanto aos outros números:
Ovário esquerdo - 17, 17, 16, 16, 16, 15, 14, 14, 14, 13, 12, 10
Ovário direito - 18, 18, 17, 17, 16, 15, 15, 15, 15, 14, 14, 13
Tanto num ovário, como no outro, ainda há vários folículos pequeninos. Fiz colheita de sangue para avaliar o estradiol e a progesterona. Na outra estimulação não foi pedida esta análise.
Hoje faço a última dose de Puregon e Orgalutran, amanhã encerro as injeções com duas ampolas de Decapeptyl, às 22h30.
Segunda-feira, às 8 horas regresso ao hospital para fazer a punção. Somos pelo menos 5 candidatas a dormir um soninho, duas vão ter de ficar em macas, porque só há 3 camas. A medicação oral mantém-se e na manhã da punção só posso tomar o Eutirox.
Sentia-me bem até ao final da manhã. Os mega-ovários estão a fazer-se notar a uma velocidade galopante. Dá para perceber muito bem que a panela de fazer pipocas está em acesa atividade.
A técnica administrativa espreitou a minha folha de contagens e sorriu, porque comigo o exagero é uma constante. Ela disse que ia ficar conhecida como a Menina dos Congeladinhos. A esse respeito ainda não posso lançar foguetes, pois não se sabe como vai correr a fecundação. Trabalhei com azoto líquido algumas vezes, enquanto estudava na universidade, nunca imaginei que se tornasse tão preponderante na minha vida.
Na terça-feira passada não estava muito animada, hoje só tenho vontade de rir com este boom folicular. Que dois anormais! Felizmente é feriado no dia 1, assim poderei estar tranquila em casa e só irei trabalhar na quarta à tarde. Da outra vez voltei ao ativo no dia após a punção e qualquer movimento que cada fazia parecia rebentar-me por dentro. Só ao fim de uma semana é que deixei de sentir dor.
Uma etapa está cumprida, vamos ver como corre o resto.
Foi a Diretora quem fez a inspeção às entranhas. Logo no início da ecografia, começou a torcer o nariz. Foi analisar o outro ovário e torceu o nariz novamente. Convencida de que não tinha acontecido nada desde terça, perguntei "Não há nada, pois não?". Resposta dela : "São milhentos!" Na minha completa inocência supus que ainda estivessem pequenos. Iniciou a contagem. A dada altura, parou de fazer a ecografia. Estava a preparar-me para levantar quando a médica disse que ainda não tinha acabado. Como já não cabiam mais dados no ecrã, tinha de apontar na folha a informação do ovário direito. Depois de escrever tudo, fez a contagem no esquerdo. O endométrio estava com 8,4 mm mas como não vou fazer transferência neste ciclo, de nada importa. Quanto aos outros números:
Ovário esquerdo - 17, 17, 16, 16, 16, 15, 14, 14, 14, 13, 12, 10
Ovário direito - 18, 18, 17, 17, 16, 15, 15, 15, 15, 14, 14, 13
Tanto num ovário, como no outro, ainda há vários folículos pequeninos. Fiz colheita de sangue para avaliar o estradiol e a progesterona. Na outra estimulação não foi pedida esta análise.
Hoje faço a última dose de Puregon e Orgalutran, amanhã encerro as injeções com duas ampolas de Decapeptyl, às 22h30.
Segunda-feira, às 8 horas regresso ao hospital para fazer a punção. Somos pelo menos 5 candidatas a dormir um soninho, duas vão ter de ficar em macas, porque só há 3 camas. A medicação oral mantém-se e na manhã da punção só posso tomar o Eutirox.
Sentia-me bem até ao final da manhã. Os mega-ovários estão a fazer-se notar a uma velocidade galopante. Dá para perceber muito bem que a panela de fazer pipocas está em acesa atividade.
A técnica administrativa espreitou a minha folha de contagens e sorriu, porque comigo o exagero é uma constante. Ela disse que ia ficar conhecida como a Menina dos Congeladinhos. A esse respeito ainda não posso lançar foguetes, pois não se sabe como vai correr a fecundação. Trabalhei com azoto líquido algumas vezes, enquanto estudava na universidade, nunca imaginei que se tornasse tão preponderante na minha vida.
Na terça-feira passada não estava muito animada, hoje só tenho vontade de rir com este boom folicular. Que dois anormais! Felizmente é feriado no dia 1, assim poderei estar tranquila em casa e só irei trabalhar na quarta à tarde. Da outra vez voltei ao ativo no dia após a punção e qualquer movimento que cada fazia parecia rebentar-me por dentro. Só ao fim de uma semana é que deixei de sentir dor.
Uma etapa está cumprida, vamos ver como corre o resto.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
37
Hoje é dia de aniversário, não propriamente de festa, porque as circunstâncias destes últimos dias têm tirado tempo para me dedicar a qualquer comemoração. Fica para outra oportunidade!
Neste momento tenho alguns minutos disponíveis então estou a aproveitar para dar novidades. O conceito de beleza na infertilidade é muito diferente ao que estamos habituados nas situações banais do quotidiano. Na ecografia desta manhã o meu endométrio foi classificado de "belo". Qual exibicionista, mostrou o esplendor da sua espessura de 10,2 mm, trilaminar, altamente convidativo. Diria mesmo, sexy! As minhas entranhas estão charmosas, só falta saber se desta vez a eficiência vai superar toda esta pomposidade. Por mim até poderia parecer o medonho Adamastor, o que interessa é que seja funcional.
Esta espécie de ciclo natural (induzido apenas com Provera) mostra até que ponto os meus ovários são pequenos vulcões adormecidos. As mulheres que fazem preparação de TEC em ciclo natural costumam administrar o Pregnyl dias antes da transferência. Como não ovulo, não preciso de nada disso. Sábado à noite inicio a administração de Progeffik a cada 8 horas. Livrei-me do Decapeptyl, o endométrio espessou ainda mais rapidamente que na TEC anterior, tudo é belo.
Falei com a médica a propósito do polimorfismo do PAI-1 e da influência que este poderá ter no processo. Ela disse que estando a tomar ácido fólico não há problema nenhum.
A data da TEC 3 é dia 17 de janeiro, às 12h30. A primeira foi a 17 de maio de 2016, a segunda a 16 de setembro e agora voltamos ao número 17. O beta está previsto para 31 de janeiro.
Faço 37 anos, comecei esta aventura aos 31, não gosto...
Neste momento tenho alguns minutos disponíveis então estou a aproveitar para dar novidades. O conceito de beleza na infertilidade é muito diferente ao que estamos habituados nas situações banais do quotidiano. Na ecografia desta manhã o meu endométrio foi classificado de "belo". Qual exibicionista, mostrou o esplendor da sua espessura de 10,2 mm, trilaminar, altamente convidativo. Diria mesmo, sexy! As minhas entranhas estão charmosas, só falta saber se desta vez a eficiência vai superar toda esta pomposidade. Por mim até poderia parecer o medonho Adamastor, o que interessa é que seja funcional.
Esta espécie de ciclo natural (induzido apenas com Provera) mostra até que ponto os meus ovários são pequenos vulcões adormecidos. As mulheres que fazem preparação de TEC em ciclo natural costumam administrar o Pregnyl dias antes da transferência. Como não ovulo, não preciso de nada disso. Sábado à noite inicio a administração de Progeffik a cada 8 horas. Livrei-me do Decapeptyl, o endométrio espessou ainda mais rapidamente que na TEC anterior, tudo é belo.
Falei com a médica a propósito do polimorfismo do PAI-1 e da influência que este poderá ter no processo. Ela disse que estando a tomar ácido fólico não há problema nenhum.
A data da TEC 3 é dia 17 de janeiro, às 12h30. A primeira foi a 17 de maio de 2016, a segunda a 16 de setembro e agora voltamos ao número 17. O beta está previsto para 31 de janeiro.
Faço 37 anos, comecei esta aventura aos 31, não gosto...
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
Veredito
Numa rapidez atípica, assim que chegámos ao hospital dirigimo-nos, pela primeira vez os dois, para a sala de espera da zona de ecografia. Poucos minutos depois entrámos na sala da marquesa desconfortável.
O meu marido assistiu à caça do mini-nós perdido, contudo a busca foi infrutífera. Finda a pesquisa no útero o objetivo seguinte foi descartar uma gravidez ectópica. A esse nível também nada foi encontrado, felizmente. Os toques nos ovários foram tudo menos agradáveis.
Seguiu-se colheita de sangue para tirar qualquer dúvida existente relativamente à progressão/retrocesso da hormona beta-HCG.
Como é habitual em dia de beta, por volta das 12h30 regressámos ao HSJ para saber as notícias.
"Esteve quase lá mas ainda não foi suficiente. Teve o que se chama uma gravidez bioquímica. O valor da beta-HCG está a regredir."
Não foi nada que não estivesse à espera. Não sei explicar a razão mas à medida que os minutos passavam no consultório comecei a sentir um alívio o que, à primeira vista, parece uma crueldade. Passei de um estado de revolta e conformismo a um regresso de confiança. O facto de o desfecho ter sido formalizado trouxe-me o sossego que não senti nestas semanas desde o primeiro beta.
Olhando para o que aconteceu, com a cabeça mais fria, penso na hipótese mais frequente associada a este tipo de situação de aborto. Uma percentagem significativa destas perdas prematuras deve-se a uma seleção natural que o nosso corpo faz a embriões com problemas genéticos.
Foi-me entregue o relatório da TEC. A última medição realizada ao endométrio era de 8,3 mm de espessura. Relativamente à ecografia de hoje a cavidade uterina estava vazia, os ovários sem alterações, sem imagens anexiais suspeitas. O beta hoje foi de 29,82.
Agora as novidades. A próxima TEC será já em 2017. Inquiri, de forma intencional, se ia haver alterações no protocolo da sua preparação. A médica voltou com a história do Decapeptyl. Questionei qual o objetivo primordial desse fármaco e ela respondeu o que eu queria ouvir. Lá veio a justificação de garantir a inatividade dos ovários. Foi aí que referi que nunca menstruei com o Decapeptyl e há 22 anos que os meus ovários não trabalham espontaneamente. Finalmente alguém parou para me ouvir! Perante o que disse, a médica perguntou de quantos dias era o meu ciclo, ao que relembrei (pela n ésima vez) que não tenho ciclos, só medicada. Depois de todo este tempo e da minha insistência, uma das quatro especialistas por quem passamos, que até é a diretora do serviço, chegou à conclusão que o Decapapetyl não tem qualquer utilidade comigo!
Lutadoras: questionem uma, duas, três, quatro vezes, caso necessário, se alguma vez acharem que há algo no vosso acompanhamento que não faz sentido.
Após a brilhante conclusão ficou definido que vou induzir a menstruação com Provera (somos tu cá, tu lá há décadas), porque no meu caso não tenho outra hipótese. No terceiro dia desse ciclo farei ecografia e iniciarei automaticamente o Estrofem se assim for necessário. Vai ser uma espécie de ciclo natural, com a diferença que não haverá Pregnyl, porque eu não sou pessoa de ovular assim à balda!
O melhor disto é que ficou uma folhinha na parte da frente do meu processo com a indicação de não prescrever o Decapeptyl e o respetivo motivo, não fosse alguém tratar-me como um enlatado de uma máquina que faz sempre a mesma coisa.
Plano de ataque definido, vamos a datas. A primeira semana de janeiro está no horizonte, já à vista. Será aí que farei a primeira eco. É completamente possível nessa altura porque, para variar, quem manda nos meus pseudo-ciclos sou eu. Só preciso de fazer contas para prever, com um bom rigor, quando devo tomar o Provera para fazer acontecer magia vermelha. Vou atrever-me até a definir como objetivo a realização da TEC no dia em que completo 37 invernos, que é na segunda semana desse lindo mês. A transferência não será feita em dezembro pois haverá limpeza das condutas de ar condicionado no laboratório, que é obrigatória. É completamente compreensível essa situação e, por outro lado, o período natalício acaba por ser mais tranquilo.
Esta tempestade da gravidez ainda não terminou. Estou com perdas de sangue contínuas, embora pequenas, desde 2 de outubro. Poderei ainda sofrer dores intensas que não deverei ignorar, caso surjam. Desconfio também que daqui a uma semana, quando menstruar, haverá um dilúvio intercalado de enormes coágulos e sofrimento à mistura. A hemorragia não poderá prolongar-se por muito tempo sob pena de ficar anémica com tanta libertação de sangue ao longo de várias semanas consecutivas.
Em relação ao feedback neste período conturbado vou responder individualmente a cada guerreira que tanta força me tem dado, mas compreendam que já não será hoje. Estão no meu coração, não me esqueço de vocês e continuo sempre a emanar energia positiva para as vossas batalhas diárias.
Parte de mim está de luto, mas continuo na luta. A força anda aí.
O meu marido assistiu à caça do mini-nós perdido, contudo a busca foi infrutífera. Finda a pesquisa no útero o objetivo seguinte foi descartar uma gravidez ectópica. A esse nível também nada foi encontrado, felizmente. Os toques nos ovários foram tudo menos agradáveis.
Seguiu-se colheita de sangue para tirar qualquer dúvida existente relativamente à progressão/retrocesso da hormona beta-HCG.
Como é habitual em dia de beta, por volta das 12h30 regressámos ao HSJ para saber as notícias.
"Esteve quase lá mas ainda não foi suficiente. Teve o que se chama uma gravidez bioquímica. O valor da beta-HCG está a regredir."
Não foi nada que não estivesse à espera. Não sei explicar a razão mas à medida que os minutos passavam no consultório comecei a sentir um alívio o que, à primeira vista, parece uma crueldade. Passei de um estado de revolta e conformismo a um regresso de confiança. O facto de o desfecho ter sido formalizado trouxe-me o sossego que não senti nestas semanas desde o primeiro beta.
Olhando para o que aconteceu, com a cabeça mais fria, penso na hipótese mais frequente associada a este tipo de situação de aborto. Uma percentagem significativa destas perdas prematuras deve-se a uma seleção natural que o nosso corpo faz a embriões com problemas genéticos.
Foi-me entregue o relatório da TEC. A última medição realizada ao endométrio era de 8,3 mm de espessura. Relativamente à ecografia de hoje a cavidade uterina estava vazia, os ovários sem alterações, sem imagens anexiais suspeitas. O beta hoje foi de 29,82.
Agora as novidades. A próxima TEC será já em 2017. Inquiri, de forma intencional, se ia haver alterações no protocolo da sua preparação. A médica voltou com a história do Decapeptyl. Questionei qual o objetivo primordial desse fármaco e ela respondeu o que eu queria ouvir. Lá veio a justificação de garantir a inatividade dos ovários. Foi aí que referi que nunca menstruei com o Decapeptyl e há 22 anos que os meus ovários não trabalham espontaneamente. Finalmente alguém parou para me ouvir! Perante o que disse, a médica perguntou de quantos dias era o meu ciclo, ao que relembrei (pela n ésima vez) que não tenho ciclos, só medicada. Depois de todo este tempo e da minha insistência, uma das quatro especialistas por quem passamos, que até é a diretora do serviço, chegou à conclusão que o Decapapetyl não tem qualquer utilidade comigo!
Lutadoras: questionem uma, duas, três, quatro vezes, caso necessário, se alguma vez acharem que há algo no vosso acompanhamento que não faz sentido.
Após a brilhante conclusão ficou definido que vou induzir a menstruação com Provera (somos tu cá, tu lá há décadas), porque no meu caso não tenho outra hipótese. No terceiro dia desse ciclo farei ecografia e iniciarei automaticamente o Estrofem se assim for necessário. Vai ser uma espécie de ciclo natural, com a diferença que não haverá Pregnyl, porque eu não sou pessoa de ovular assim à balda!
O melhor disto é que ficou uma folhinha na parte da frente do meu processo com a indicação de não prescrever o Decapeptyl e o respetivo motivo, não fosse alguém tratar-me como um enlatado de uma máquina que faz sempre a mesma coisa.
Plano de ataque definido, vamos a datas. A primeira semana de janeiro está no horizonte, já à vista. Será aí que farei a primeira eco. É completamente possível nessa altura porque, para variar, quem manda nos meus pseudo-ciclos sou eu. Só preciso de fazer contas para prever, com um bom rigor, quando devo tomar o Provera para fazer acontecer magia vermelha. Vou atrever-me até a definir como objetivo a realização da TEC no dia em que completo 37 invernos, que é na segunda semana desse lindo mês. A transferência não será feita em dezembro pois haverá limpeza das condutas de ar condicionado no laboratório, que é obrigatória. É completamente compreensível essa situação e, por outro lado, o período natalício acaba por ser mais tranquilo.
Esta tempestade da gravidez ainda não terminou. Estou com perdas de sangue contínuas, embora pequenas, desde 2 de outubro. Poderei ainda sofrer dores intensas que não deverei ignorar, caso surjam. Desconfio também que daqui a uma semana, quando menstruar, haverá um dilúvio intercalado de enormes coágulos e sofrimento à mistura. A hemorragia não poderá prolongar-se por muito tempo sob pena de ficar anémica com tanta libertação de sangue ao longo de várias semanas consecutivas.
Em relação ao feedback neste período conturbado vou responder individualmente a cada guerreira que tanta força me tem dado, mas compreendam que já não será hoje. Estão no meu coração, não me esqueço de vocês e continuo sempre a emanar energia positiva para as vossas batalhas diárias.
Parte de mim está de luto, mas continuo na luta. A força anda aí.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Diz que é uma espécie de título
Na falta de ideias para um título que sintetize o que aqui vou escrever, fica este que é polivalente.
Dia 5 de setembro, como combinado com a médica que me atendeu a 22 de agosto, entrei em contacto com o hospital para dizer que não menstruei após a injeção de Decapeptyl. A técnica administrativa transmitiu a informação à médica de serviço e duas horas depois ligou-me de volta para marcar ecografia para esta manhã.
Lá fui hoje mostrar o meu endométrio e a única coisa a comentar acerca dele é que está linear. Logo no início da ecografia a médica quis confirmar que já estava a tomar Estrofem. Ela pensava que já o estava a fazer. Respondi que o que fora estipulado dia 22 foi eu telefonar até dia 5, pois iniciaria Estrofem supostamente no segundo dia do ciclo. Uma vez que não aconteceu nada, cumpri o acordado.
Desde o dia do Decapeptyl até hoje, o meu processo passou por 3 médicas e parece que há alguma informação que se perde, não é sequer registada ou a análise do processo é feita numa diagonal muito sinuosa. Sempre que saímos da sala de ecografia trazemos connosco o processo para entregar na receção. Não tem lá nada descritivo, limita-se a registos de medidas, contagens e datas. É muito padronizado e não vejo campos que permitam acrescentar elementos diferenciadores dos pacientes. Depois daquela afirmação por parte da médica fiquei a entender que por esta altura já deveria estar numa fase de espessamento do endométrio com Estrofem, mesmo não tendo o vermelho malvado acenado para mim. Logo que cheguei a casa tomei o primeiro comprimido. Vou manter a dose regulamentar de 2 comprimidos diários durante 7 dias, voltando a repetir ecografia na próxima terça-feira, 13 de setembro.
Comentei acerca do mau estar que tenho sentido nestas semanas e deve-se de facto ao Decapeptyl. Todos os efeitos secundários que a médica começou a enumerar são-me deveras familiares, uns acompanham-me agora, outros manifestaram-se na preparação da TEC anterior.
Continuo sem ânimo, não há encanto, medo, nervoso miudinho daquele bom, parece que estou a participar num sorteio. Cumpro, é isso.
Lamento a franqueza mas a inércia tomou conta de mim.
Dia 5 de setembro, como combinado com a médica que me atendeu a 22 de agosto, entrei em contacto com o hospital para dizer que não menstruei após a injeção de Decapeptyl. A técnica administrativa transmitiu a informação à médica de serviço e duas horas depois ligou-me de volta para marcar ecografia para esta manhã.
Lá fui hoje mostrar o meu endométrio e a única coisa a comentar acerca dele é que está linear. Logo no início da ecografia a médica quis confirmar que já estava a tomar Estrofem. Ela pensava que já o estava a fazer. Respondi que o que fora estipulado dia 22 foi eu telefonar até dia 5, pois iniciaria Estrofem supostamente no segundo dia do ciclo. Uma vez que não aconteceu nada, cumpri o acordado.
Desde o dia do Decapeptyl até hoje, o meu processo passou por 3 médicas e parece que há alguma informação que se perde, não é sequer registada ou a análise do processo é feita numa diagonal muito sinuosa. Sempre que saímos da sala de ecografia trazemos connosco o processo para entregar na receção. Não tem lá nada descritivo, limita-se a registos de medidas, contagens e datas. É muito padronizado e não vejo campos que permitam acrescentar elementos diferenciadores dos pacientes. Depois daquela afirmação por parte da médica fiquei a entender que por esta altura já deveria estar numa fase de espessamento do endométrio com Estrofem, mesmo não tendo o vermelho malvado acenado para mim. Logo que cheguei a casa tomei o primeiro comprimido. Vou manter a dose regulamentar de 2 comprimidos diários durante 7 dias, voltando a repetir ecografia na próxima terça-feira, 13 de setembro.
Comentei acerca do mau estar que tenho sentido nestas semanas e deve-se de facto ao Decapeptyl. Todos os efeitos secundários que a médica começou a enumerar são-me deveras familiares, uns acompanham-me agora, outros manifestaram-se na preparação da TEC anterior.
Continuo sem ânimo, não há encanto, medo, nervoso miudinho daquele bom, parece que estou a participar num sorteio. Cumpro, é isso.
Lamento a franqueza mas a inércia tomou conta de mim.
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Efeitos secundários ou sucessão de coincidências?
Estou a experienciar coisas diferentes desta vez. Aquela sensação de afrontamento que muitas mulheres descrevem na menopausa é semelhante ao que me tem acontecido. Ao longo do dia não consigo estar de outra forma que não seja permanentemente transpirada. Dentro de casa está quente mas nada comparado com o que aconteceu há umas semanas. Não justifica esta sensação de calor constante.
As enxaquecas vão passando por mim diariamente, umas vezes mais discretas que outras. Há uns dias, enquanto conduzia, além da enxaqueca que me atormentava há umas horas, senti uma dor aguda do lado esquerdo da cabeça.
Ontem à tarde, num breve instante, pensei que ia desmaiar.
A menstruação, essa, ainda não deu sinal de vida. Por este andar vai ser como da outra vez, só que agora as ordens são para dar um prazo máximo de 15 dias até ao passo seguinte.
Estarei paranóica ou isto é efeito do Decapeptyl?
As enxaquecas vão passando por mim diariamente, umas vezes mais discretas que outras. Há uns dias, enquanto conduzia, além da enxaqueca que me atormentava há umas horas, senti uma dor aguda do lado esquerdo da cabeça.
Ontem à tarde, num breve instante, pensei que ia desmaiar.
A menstruação, essa, ainda não deu sinal de vida. Por este andar vai ser como da outra vez, só que agora as ordens são para dar um prazo máximo de 15 dias até ao passo seguinte.
Estarei paranóica ou isto é efeito do Decapeptyl?
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Mecanização...
Tal como previsto nos meus planos foi hoje o dia de estrear a nova temporada da novela que me segue há uma parte substancial da vida. Esta chamar-se-á TEC 2 e o primeiro take foi realizado na sala de ecografias, com a marquesa ainda mais desconfortável do que é habitual.
Dois dos protagonistas (ovários) permaneciam no seu sono habitual e o endométrio estava com 5,4 mm de espessura.
A grande novidade deste ciclo de preparação da TEC é... nenhuma. A injeção de Decapeptyl 3,75 já está dada e vou aguardar no máximo 15 dias para que algo aconteça. Amanhã retomo o Acfol e se menstruar neste tempo de espera, no segundo dia do ciclo inicio novamente terapêutica de Estrofem (2 comprimidos diários). Caso o guião dos episódios não tenha sofrido alterações e não menstruar outra vez, à semelhança da temporada anterior, no dia 5 de setembro telefono para o hospital para agendar ecografia.
A médica disse que vamos "adormecer os ovários com o Decapeptyl". Irónico, não?! A Bela e a Adormecida (nicknames com que batizei hoje aqueles dois) não fizeram outra coisa durante vinte e tal anos! Se calhar, se não sofressem de dormência crónica, nem andava a engrossar estatísticas relacionadas com infertilidade... Confesso que ainda não percebi a insistência no uso do Decapeptyl.
Porquê o título Mecanização? É exatamente o que está a acontecer. O processo está a transformar-se numa linha de montagem. Sem emoções, expectativas, uma descrença assustadora. Faço-o com empenho e responsabilidade, o problema é que a minha racionalidade está a apagar a centelha que em tempos brilhou alimentada pela esperança.
Em conversa comigo mesma estabeleci que irei fazer repouso apenas no dia transferência e no seguinte. A partir daí farei vida normal, com a ressalva de evitar carregar pesos. Se houver algum sangramento a história será diferente, mas não havendo nada em contrário, não vou repetir aqueles 5 dias de dolce far niente.
Há muitos que deixam o destino nas mãos de uma divindade, agarrando-se à fé. Feliz ou infelizmente sou ateia, desde que me lembro, embora por força do contexto sociofamiliar/cultural e dado que enquanto se é criança não há muito voto na matéria, cumpri alguns preceitos católicos. Fi-los contrariada, assim como fiz questão de o dizer à família. Admiro quem tem a capacidade de acreditar numa força maior que tudo, não tenho essa aptidão. Se calhar é uma desvantagem para mim neste momento, assim como poderá ter sido há uns anos quando vi que a beleza que atribuímos à palavra Vida é uma tremenda imbecilidade quando, de um segundo para outro, ela desaparece.
Quem está a ler este desabafo deve estar a pensar "PL, anda uma nuvem negra em cima de ti carregadinha de energia negativa". Eu respondo "Gato escaldado..."
Dois dos protagonistas (ovários) permaneciam no seu sono habitual e o endométrio estava com 5,4 mm de espessura.
A grande novidade deste ciclo de preparação da TEC é... nenhuma. A injeção de Decapeptyl 3,75 já está dada e vou aguardar no máximo 15 dias para que algo aconteça. Amanhã retomo o Acfol e se menstruar neste tempo de espera, no segundo dia do ciclo inicio novamente terapêutica de Estrofem (2 comprimidos diários). Caso o guião dos episódios não tenha sofrido alterações e não menstruar outra vez, à semelhança da temporada anterior, no dia 5 de setembro telefono para o hospital para agendar ecografia.
A médica disse que vamos "adormecer os ovários com o Decapeptyl". Irónico, não?! A Bela e a Adormecida (nicknames com que batizei hoje aqueles dois) não fizeram outra coisa durante vinte e tal anos! Se calhar, se não sofressem de dormência crónica, nem andava a engrossar estatísticas relacionadas com infertilidade... Confesso que ainda não percebi a insistência no uso do Decapeptyl.
Porquê o título Mecanização? É exatamente o que está a acontecer. O processo está a transformar-se numa linha de montagem. Sem emoções, expectativas, uma descrença assustadora. Faço-o com empenho e responsabilidade, o problema é que a minha racionalidade está a apagar a centelha que em tempos brilhou alimentada pela esperança.
Em conversa comigo mesma estabeleci que irei fazer repouso apenas no dia transferência e no seguinte. A partir daí farei vida normal, com a ressalva de evitar carregar pesos. Se houver algum sangramento a história será diferente, mas não havendo nada em contrário, não vou repetir aqueles 5 dias de dolce far niente.
Há muitos que deixam o destino nas mãos de uma divindade, agarrando-se à fé. Feliz ou infelizmente sou ateia, desde que me lembro, embora por força do contexto sociofamiliar/cultural e dado que enquanto se é criança não há muito voto na matéria, cumpri alguns preceitos católicos. Fi-los contrariada, assim como fiz questão de o dizer à família. Admiro quem tem a capacidade de acreditar numa força maior que tudo, não tenho essa aptidão. Se calhar é uma desvantagem para mim neste momento, assim como poderá ter sido há uns anos quando vi que a beleza que atribuímos à palavra Vida é uma tremenda imbecilidade quando, de um segundo para outro, ela desaparece.
Quem está a ler este desabafo deve estar a pensar "PL, anda uma nuvem negra em cima de ti carregadinha de energia negativa". Eu respondo "Gato escaldado..."
terça-feira, 12 de julho de 2016
Setembro aqui tão perto
É incrível como o tempo que entre tratamentos parece tão longínquo, por outro lado, quando há um plano bem definido os meses passam com uma celeridade impressionante. É isso e a multiplicação exponencial dos cabelos brancos...
Defini o dia em que vou iniciar o Provera para provocar a menstruação que vai anteceder a injeção de Decapeptyl. 24 de julho é a data escolhida. Se tudo correr bem, lá para o dia 2 de agosto deverei telefonar para o hospital para agendar a ecografia, levantar a receita da injeção e administrá-la. Prevejo conseguir fazer a próxima TEC no final da primeira quinzena de setembro e ainda nesse mês saber o veredito final desta que desejo ser a última e decisiva TEC.
Daqui a 3 meses vamos totalizar 5 anos de luta. Estou cansada... Apesar de ainda ter esperança que algum dos pequenos 10 mini-nós nos dê a honra de sentir o expoente máximo de felicidade.
Algo me diz que o negativo da TEC anterior é apenas a ponta de um icebergue que ainda vou desvendar. Aquela pequena sigla "SOP" pode estar a esconder algo que eu pensava estar normal e até ao resultado do beta não me causava preocupação. Durante este tempo que ainda falta para voltar à rotina hospitalar, vou falar com a minha médica de família da possibilidade de apurar a resistência à insulina. Sempre que ao longo dos anos tenho feito aquelas análises normais de rotina, os níveis de glicemia em jejum têm estado sempre perfeitamente normais, o que pode ser enganador. Se me puder antecipar e prevenir a perda dos nossos pequenos embriões, cá estou para mais um desafio! Não posso perder muito tempo, o meu prazo de validade, conjugado com as listas de espera para a realização dos outros dois tratamentos a que ainda tenho direito, caso ocorra uma fatalidade e perca todos os embriões resultantes da FIV de fevereiro, está a expirar.
Defini o dia em que vou iniciar o Provera para provocar a menstruação que vai anteceder a injeção de Decapeptyl. 24 de julho é a data escolhida. Se tudo correr bem, lá para o dia 2 de agosto deverei telefonar para o hospital para agendar a ecografia, levantar a receita da injeção e administrá-la. Prevejo conseguir fazer a próxima TEC no final da primeira quinzena de setembro e ainda nesse mês saber o veredito final desta que desejo ser a última e decisiva TEC.
Daqui a 3 meses vamos totalizar 5 anos de luta. Estou cansada... Apesar de ainda ter esperança que algum dos pequenos 10 mini-nós nos dê a honra de sentir o expoente máximo de felicidade.
Algo me diz que o negativo da TEC anterior é apenas a ponta de um icebergue que ainda vou desvendar. Aquela pequena sigla "SOP" pode estar a esconder algo que eu pensava estar normal e até ao resultado do beta não me causava preocupação. Durante este tempo que ainda falta para voltar à rotina hospitalar, vou falar com a minha médica de família da possibilidade de apurar a resistência à insulina. Sempre que ao longo dos anos tenho feito aquelas análises normais de rotina, os níveis de glicemia em jejum têm estado sempre perfeitamente normais, o que pode ser enganador. Se me puder antecipar e prevenir a perda dos nossos pequenos embriões, cá estou para mais um desafio! Não posso perder muito tempo, o meu prazo de validade, conjugado com as listas de espera para a realização dos outros dois tratamentos a que ainda tenho direito, caso ocorra uma fatalidade e perca todos os embriões resultantes da FIV de fevereiro, está a expirar.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Decapeptyl 3,75
Passou uma semana desde que levei a injeção intramuscular de Decapeptyl.
Até sábado, sempre que me sentava ou encostava a algo sentia incómodo na zona da aplicação. De há três dias para cá tenho notado diariamente que há momentos em que os gémeos contraem rapidamente dando início a cãibras. Quando me apercebo que vai ocorrer alguma, trato logo de relaxar a perna para impedir que progrida.
Tenho sentido também dores nas pernas como quando tomava Yasmin.
Perante estas situações que não são habituais em mim, li há pouco o folheto informativo do Decapeptyl e lá são mencionadas as cãibras e dores nas pernas.
A hemorragia de privação ainda não deu sinais de vida. Estou a contar que daqui a cerca de uma semana ela bata à porta e eu possa então iniciar o Estrofem.
Até sábado, sempre que me sentava ou encostava a algo sentia incómodo na zona da aplicação. De há três dias para cá tenho notado diariamente que há momentos em que os gémeos contraem rapidamente dando início a cãibras. Quando me apercebo que vai ocorrer alguma, trato logo de relaxar a perna para impedir que progrida.
Tenho sentido também dores nas pernas como quando tomava Yasmin.
Perante estas situações que não são habituais em mim, li há pouco o folheto informativo do Decapeptyl e lá são mencionadas as cãibras e dores nas pernas.
A hemorragia de privação ainda não deu sinais de vida. Estou a contar que daqui a cerca de uma semana ela bata à porta e eu possa então iniciar o Estrofem.
terça-feira, 12 de abril de 2016
Cada vez mais perto
Como previsto, realizei esta manhã a ecografia e ficou delineado o plano para a TEC.
O endométrio está com uma espessura de 5 mm e o próximo passo será a aplicação de Decapeptyl 3,75 mg daqui a umas 3 horas. O momento do dia para a administração deste injetável por via intramuscular é indiferente, estou apenas a aguardar a chegada da injeção à farmácia.
Amanhã começarei a tomar Acfol (ácido fólico) em jejum e quando tiver a hemorragia de privação entro novamente em contacto com o hospital. No segundo dia do ciclo vou dar início ao Estrofem de manhã e à noite (em intervalos de 12h), voltando a fazer ecografia aproximadamente no 9º dia do ciclo para verificar como se encontra o endométrio. Desde que esteja trilaminar, com uma espessura a partir dos 8 mm, é chegada a hora da marcação da TEC.
Não faço a mínima ideia da altura em que a transferência poderá ocorrer, está dependente da resposta ao Decapeptyl. Uma certeza tenho, esta semana não será certamente. Relativamente ao endométrio não conto com surpresas desagradáveis, tem-se portado bem até ao momento.
O endométrio está com uma espessura de 5 mm e o próximo passo será a aplicação de Decapeptyl 3,75 mg daqui a umas 3 horas. O momento do dia para a administração deste injetável por via intramuscular é indiferente, estou apenas a aguardar a chegada da injeção à farmácia.
Amanhã começarei a tomar Acfol (ácido fólico) em jejum e quando tiver a hemorragia de privação entro novamente em contacto com o hospital. No segundo dia do ciclo vou dar início ao Estrofem de manhã e à noite (em intervalos de 12h), voltando a fazer ecografia aproximadamente no 9º dia do ciclo para verificar como se encontra o endométrio. Desde que esteja trilaminar, com uma espessura a partir dos 8 mm, é chegada a hora da marcação da TEC.
Não faço a mínima ideia da altura em que a transferência poderá ocorrer, está dependente da resposta ao Decapeptyl. Uma certeza tenho, esta semana não será certamente. Relativamente ao endométrio não conto com surpresas desagradáveis, tem-se portado bem até ao momento.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Dia 10 da FIV 1
Uma das etapas está concluída. Terminei oficialmente o Puregon e Orgalutran. Este último, hoje decidiu ser bastante resistente a atravessar a pele.
Amanhã encerro a temporada de injeções com Decapeptyl, às 22 horas.
Acordei melhor que ontem, não tive tonturas ao longo do dia, nem senti enjoos. A dor no peito e barriga atenuou um pouco.
Já disse hoje que estou feliz? Não?! Então digo: estou feliz e otimista!
Amanhã encerro a temporada de injeções com Decapeptyl, às 22 horas.
Acordei melhor que ontem, não tive tonturas ao longo do dia, nem senti enjoos. A dor no peito e barriga atenuou um pouco.
Já disse hoje que estou feliz? Não?! Então digo: estou feliz e otimista!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Dia 9 da FIV 1
Hoje foi dia de novidades mais ou menos previsíveis.
Estou a hiperestimular e tenho mais de 30 folículos! Não sei dados certos, porque vi a folha de longe e o espaço destinado aos folículos estava totalmente preenchido, sendo que dá para colocar 32 valores.
Ao contrário do que esperava a ecografia não foi dolorosa. Quem a fez foi um médico que nunca tinha visto naquele serviço. Perguntou-me se sentia dores, mal começou a fazer o exame. Como tenho muitos folículos é normal andar dorida.
Esta manhã acordei com tonturas e assim tenho estado durante o dia.
Ele disse-me para aguardar para ir ao gabinete da médica. A minha cabeça começou a traçar vários cenários possíveis. O primeiro era de que poderia ser para falar acerca da punção, depois tentei mentalizar-me que por algum motivo a FIV ia ser cancelada, imaginei também que os ovários tinham entrado em colapso e que a situação era irreversível. Como nunca consegui levar um tratamento até ao fim, a minha mente prepara-se mais depressa para um ponto final antes do tempo, do que para um progresso.
Quando entrámos no gabinete uma das médicas perguntou-me a brincar se sentia que estava a explodir. Eu respondi que tinha dores desde terça à noite. Alertou-me logo, receosa, de que não poderá ser feita transferência de embriões neste ciclo, devido à hiperestimulação. Devemos dar tempo aos ovários para recuperarem, até porque o risco de a situação piorar com a transferência é ainda maior.
Compreendo perfeitamente que tenha de ser assim, devemos ser racionais, mais do que nunca.
A punção vai ser feita na próxima segunda-feira. Em termos de terapêutica vou passar para 100 UI de Puregon e Orgalutran, hoje e amanhã. Por causa da hiperestimulação não vou aplicar Pregnyl, mas sim Decapeptyl (2 ampolas de pó para uma de líquido) no sábado, às 22h.
Apesar de sentir cada vez mais dor não consigo deixar de estar feliz!
Estou a hiperestimular e tenho mais de 30 folículos! Não sei dados certos, porque vi a folha de longe e o espaço destinado aos folículos estava totalmente preenchido, sendo que dá para colocar 32 valores.
Ao contrário do que esperava a ecografia não foi dolorosa. Quem a fez foi um médico que nunca tinha visto naquele serviço. Perguntou-me se sentia dores, mal começou a fazer o exame. Como tenho muitos folículos é normal andar dorida.
Esta manhã acordei com tonturas e assim tenho estado durante o dia.
Ele disse-me para aguardar para ir ao gabinete da médica. A minha cabeça começou a traçar vários cenários possíveis. O primeiro era de que poderia ser para falar acerca da punção, depois tentei mentalizar-me que por algum motivo a FIV ia ser cancelada, imaginei também que os ovários tinham entrado em colapso e que a situação era irreversível. Como nunca consegui levar um tratamento até ao fim, a minha mente prepara-se mais depressa para um ponto final antes do tempo, do que para um progresso.
Quando entrámos no gabinete uma das médicas perguntou-me a brincar se sentia que estava a explodir. Eu respondi que tinha dores desde terça à noite. Alertou-me logo, receosa, de que não poderá ser feita transferência de embriões neste ciclo, devido à hiperestimulação. Devemos dar tempo aos ovários para recuperarem, até porque o risco de a situação piorar com a transferência é ainda maior.
Compreendo perfeitamente que tenha de ser assim, devemos ser racionais, mais do que nunca.
A punção vai ser feita na próxima segunda-feira. Em termos de terapêutica vou passar para 100 UI de Puregon e Orgalutran, hoje e amanhã. Por causa da hiperestimulação não vou aplicar Pregnyl, mas sim Decapeptyl (2 ampolas de pó para uma de líquido) no sábado, às 22h.
Apesar de sentir cada vez mais dor não consigo deixar de estar feliz!
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