O ano foi cansativo mas compensador. Não se desviou muito do que esperava.
Concluí a licenciatura e graças à aposta que fiz em voltar ao ensino superior, mudei de profissão. Trabalho a tempo inteiro, voltei a sentir-me útil. Só gozei verdadeiramente seis dias de férias, porque não pude requerer o estatuto de estudante-trabalhador e usei os outros seis na época de exames do segundo semestre.
Estou a ter possibilidade de me dedicar um pouco mais a mim, continuo lentamente a perder peso (até ao momento uns 14 kg desde a pior fase que registei), só o peito que cresceu ainda mais com os tratamentos é que não reduz um milímetro que seja.
Ando a tratar mais uma infeção respiratória, virou rotina anual.
O meu marido descobriu que tem mutação no Fator V de Leiden (heterozigótica), na sequência de tromboses que teve no passado e duas este ano, pouco espaçadas, após uma cirurgia às varizes que fez há um ano. O apixabano entrou permanentemente na vida dele. Por haver 50% de hipóteses de transmitir à descendência, a filhota vai fazer estudo genético. Ela tem 25 anos e é importante estar de prevenção.
A minha menina de bigodes tem 12 anos, já só tem 3 microdentes e continua a ser a reguila mais meiga e safada que tão bem me faz. Foi tosquiada pela primeira vez e o pêlo tem crescido a uma velocidade alucinante.
Sou uma felizarda por não estar angustiada como andei tanto tempo, permito-me sonhar e fazer novos planos para o futuro.
Participei em duas iniciativas relacionadas com o meu percurso na infertilidade e saúde mental, tive novo convite para ir a um programa de televisão (declinei outra vez, a minha opinião não mudou), em breve conto divulgar mais pormenores das minhas intervenções.
Desejo um excelente ano de 2024 a quem está desse lado, seja qual for a sua origem geográfica, todos são bem vindos. A paz e o sossego de espírito que almejo para mim espero que se estendam a quem anda inquieto.