Fez no domingo uma semana que recebi o relatório da biópsia ao endométrio. Foi o próprio médico que mo enviou por mail. Disse que o resultado estava normal. Fiquei um pouco apreensiva em relação a uma frase que lá estava que nada tem a ver com a infertilidade mas fez soar o alarme daquilo que tanto me preocupa, que é a possibilidade de desenvolver algum tipo de cancro.
No documento havia a seguinte inscrição: "O estudo imuno-histoquímico com MUM-1 e CD138 apresenta raras células marcando com MUM-1, de morfologia linfóide e CD138 negativo."
Acerca deste excerto vou pedir esclarecimentos, porque de todos os tipos de cancro que têm surgido na minha família paterna (pai e vários tios), linfoma é um dos que já se manifestou. Não me esqueço também que quando fiz estudo de trombofilias, 38% dos linfócitos apresentava irregularidades. A par do facto de ter dificuldades em conseguir dar a volta à infertilidade ando, desde os 22 anos, a fazer rastreios. Fiz a primeira polipectomia gástrica com 27 anos em que, de uma só vez, foram removidos 6 pólipos do estômago. Até agora retirei 8 e nesse âmbito as coisas têm estado mais calmas. O historial familiar de cancro alarga a um espetro abrangente passando por diversas partes do corpo desde o cérebro, esófago/estômago, cólon, mama, sangue. O do meu pai começou no cólon e alastrou para o fígado. A extensão dos tumores que já tinham atingido o fígado e a sua dimensão levaram a que, desde o diagnóstico até à sua morte, tenha durado 16 meses. Posso estar apenas a criar macaquinhos no sótão mas sinto necessidade de tirar a limpo estas questões.
Perguntei ao Dr JL se deveria fazer mais algum exame, marcar nova consulta com ele ou se podíamos manter contacto via e-mail para se definir a estratégia para a próxima transferência. Recebi nova resposta neste passado domingo (percebi que deve ser o dia em que ele se dedica à interação eletrónica) e ficou combinado haver feedback de todo o processo por mail.
Neste momento aguardo que o hospital me ligue para dar início à toma da pílula ainda este mês, uma vez que me foi dito que se avançará para a estimulação em abril.
Tenho algumas preocupações, como é óbvio, em relação aos próximos tempos. A maior é acerca da capacidade dos embriões chegarem ao quinto dia. Isso não aconteceu no ano passado. Nenhum dos 11 que ficou em cultura após o congelamento dos 4 em D3 apresentou qualidade para ser criopreservado. Esse será um enorme desafio. Há também o próprio ato da biópsia dos embriões para fazer PGT-A, que pode causar a sua perda. Acresce a hipótese de aneuploidias que reduz ainda mais o número de embriões com potencial. Dou por mim a pensar que é possível não sobrar nada viável para transferir. A hiperestimulação também me deixa receosa. Fui aguentando as anteriores, com muitas dores e desconforto, as punções custaram bastante e a recuperação foi acontecendo devagarinho, sem ter havido internamento, torção dos ovários ou embolia pulmonar. A única coisa que ambiciono nesta fase, é que não seja pior que das outras vezes.
Realmente temos a tendencia a clarificar os termos medicinais mais a fundo que por conguinte nos remete para os tais "macaquinhos no Sótão " e mais ansiedade. ....eu sei é tudo novo...novas informações, novos passos.... mas vamos ACREDITAR....vamos SIMPLIFICAR....
ResponderEliminarMt força ....bjs
esta luta nunca é fácil... aparece sempre mais alguma coisa para colacar macaquinhos no sótão ;/ espero que não seja nada de mais :)
ResponderEliminarOlá PatL,
ResponderEliminarNão vejas a cultura estendida como um entrave, mas antes como um despiste de potenciais aneuploidias para transferires embriões realmente com potencial, em vez de andares a desperdiçar tempo e muitas dores de cabeça em múltiplas transferências desnecessárias em d3.
Espero sinceramente que o relatório não se traduza em nada de grave, fico a aguardar mais notícias tuas a respeito.
Desejo-te toda a sorte do mundo para este novo desenvolvimento na tua jornada da infertilidade, que a mudança de abordagem ao teu problema te traga o resultado porque tanto anseias!
Beijinho grande,
Frederica Borges