Esta casinha virtual completou três anos de existência nessa frenética rede que se apoderou do quotidiano de tantas pessoas.
Teve início num ano muito especial para mim, com boas memórias e também com o assinalar da reação do meu corpito aos injetáveis, numa abordagem um pouco mais profunda da PMA. Esta narrativa, ainda inacabada, aproxima-se das trezentas páginas, se todo o seu conteúdo for colocado num documento. Não imaginava que findo este tempo, TEC fosse o conceito dominante e que surgiria, com tanta frequência, o assunto perda gestacional. Olhando para mim e para a transformação que sofri nos últimos 3 anos, vejo que a balança evoluiu ao mesmo ritmo das palavras, a natureza tratou vigorosamente de mudar a cor do meu cabelo para dois tons, as minhas emoções mudaram (ainda não sei classificar bem em que medida) e encontro-me na mesma situação daquela altura: mãe de uma ideia.
Daqui a aproximadamente um mês vou embarcar na procura de algo diferente, gostaria até que se traduzisse em respostas, lá em Lisboa. Nos anos 50/60, o meu avô paterno fez também incursões à capital em busca de uma solução para um problema de saúde de um dos seus 10 filhos. Pelos relatos que o meu pai fazia da condição do seu irmão, suponho que sofresse de algum tipo de distrofia muscular em que nem se conseguia manter em pé. Arrastava-se e tinha um grande sentido de humor. Infelizmente faleceu com 12 anos. O meu pai falava sempre carinhosamente dele. As viagens que o meu avô fez, determinado em providenciar ajuda, foram em vão. Não sei se me vai acontecer o mesmo mas agora que me encontro perante este cenário em que praticamente é o meu último recurso, vou em frente. Só há uns dias é que me recordei deste episódio relacionado com o meu avô e o tio que nunca conheci. Admiro a sua força por fazê-lo, apesar das enormes dificuldades que enfrentava. Tratava-se de um filho, está tudo dito.
As viagens estão reservadas, vamos de comboio. Estou a cruzar os meus dedinhos para que a CP não faça greve.
Já que o ano se aproxima do fim vou aproveitar este post para desejar a todos uma saída de 2018 com paz no coração e uma entrada em 2019 com forças restabelecidas. Obrigada por estarem desse lado, pela vossa generosidade. Aos pequenos que entretanto nasceram, que reconheçam nas suas mães e pais o exemplo de determinação e tenacidade; aos homens e mulheres que estão nesta guerra injusta e procuram aqui alguma inspiração (se é que a transmito) lutem, lutem muito; aos curiosos que acompanham esta novela e felizmente não passam por esta tortura ou não precisam de enfrentar este bicho papão, são sempre bem vindos à minha humilde casa virtual, juro que tenho tentado escrever um final feliz mas a hora não chega. Vocês todos enchem-me o coração e aquecem a minha alma que por vezes anda moribunda.
Que este ano que aí chega te traga muita luz e possas alcançar o teu mini.
ResponderEliminarBeijinho muito muito grande
Bolinha
Bom ano que 2019 e Lisboa lhe realizem os seu sonhos.
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