Passou pouco mais de um mês desde que terminei a viagem a nenhures. Sinto-me leve por já não ter de me preocupar com todas aquelas coisas que absorviam o desenrolar dos meus dias. Não esqueci, porém. Isso nunca acontecerá. Acho que ainda não houve nenhum dia em que não tenha dedicado uns segundos a pensar no que aconteceu, durante os vários anos que antecederam a chegada a esta etapa. Sabia que seria assim.
Atualmente encontro-me em espera e expectante. Candidatei-me ao ensino superior no contigente especial de quem já é titular de curso superior conferente de grau. Há uma única vaga em jogo e sentir-me-ei perdida se não for colocada, porque não tenho planos alternativos. Decidi que este é o único ano em que irei tentar entrar. Se não conseguir será extremamente difícil encontrar trabalho noutra área. Não posso continuar com os pequenos serviços que ainda realizo que mal dão atualmente para pagar a fatura da eletricidade. A vantagem é que são perfeitamente exequíveis online, sem haver riscos de contágio com Covid ou outras maleitas e não tenho despesas associadas a transporte. O contrato da substituição que estava a fazer terminou no dia 31 de agosto e o que poderá surgir de pseudoestável daqui a umas semanas ou meses, será uma ou mais substituições ou trabalhos a tempo muito parcial que ajudam a pagar o condomínio, a água e um bocadinho da prestação da casa. Até ao dia 15 deste mês saberei se posso acender uma nova luzinha de esperança, desta vez em busca de dias melhores no que diz respeito à vertente profissional.
Tive a consulta de gastroenterologia que tanto aguardava desde o final do ano passado e foi confirmado o diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável. O médico não deu importância à situação, quase me mandava embora dizendo para eu aguentar e resignar-me a ela. Quando lhe disse que me causava transtornos enquanto trabalho, a postura dele mudou ligeiramente. Sei que isto vai continuar a interferir no meu bem estar mas em momentos mais complicados há um medicamento que ajuda a "normalizar" a função intestinal. Estou a terminar as cápsulas prescritas que tive de tomar duas vezes por dia durante o último mês e há diferenças notórias. Não sei durante quanto tempo irei permanecer bem.
Durante o período de confinamento reparei que começou a aparecer na minha bochecha esquerda algo que parecem ser sardas. Há cerca de um mês na parte superior do nariz detetei uma manchinha acastanhada e na última semana alastrou ao longo da cana, desabrochou na testa e na bochecha direita. Acho que estou a ficar com melasma. Não estou grávida, por isso descarto essa causa. Sou alérgica ao sol, logo evito estar exposta ao mesmo. Li que o hipotiroidismo pode desencadear o surgimento dessas manchas. Pode ser também o meu corpo a dizer que estou a envelhecer ou, quem sabe, o resultado de anos de cocktails hormonais.
A situação epidemiológica afetou um pouco o quotidiano cá por casa. Antes, já costumava passar muito tempo no meu palácio. Atualmente, além das saídas necessárias para abastecer a despensa (quinzenalmente), visitar a família mais próxima e tratar de assuntos realmente importantes, basicamente ponho os pés na rua para fazer caminhadas com o meu marido por zonas aqui à volta, onde praticamente não passamos por ninguém. Saímos umas duas vezes para dar uma volta de carro, junto à praia e passámos um fim de semana fora, longe de multidões. Não perspetivo que os próximos meses sejam um mar de rosas, atendendo aos números das últimas semanas, dentro e fora de Portugal.
Já me ia esquecer de contar que quando fui à farmácia entregar o arsenal de agulhas, seringas, frascos e cartuchos que usei nos tratamentos, voltei com tudo para casa. O projeto "Seringas só no Agulhão" está suspenso (tenho de averiguar se a situação se mantém). Qual o motivo? Sim, o bicho... A desculpa universal que é usada para tudo, desde março. Enquanto não houver alterações mantenho armazenada a minha caixa de Menopur 1200UI a abarrotar de material que devia ser devidamente eliminado.
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