sábado, 25 de março de 2023

O sol começa a brilhar

Ainda estou a processar esta última semana e meia. Iniciei o estágio no dia 22 de fevereiro e a 14 de março fui convidada a trabalhar na empresa, já a partir de abril. Uma das colaboradoras vai ficar até ao final do próximo mês, estiveram a avaliar-me naqueles poucos dias em que estive a apoiar as várias áreas do departamento onde me encontro e viram que tinha perfil para lá trabalhar. Encontro-me em formação com ela, a partir de terça-feira começo a entrar no mesmo turno. O que estava inicialmente delineado seria desenvolver o tema do meu relatório de estágio noutro departamento, a partir de 16 de março. Devido a esta situação, que ainda não está formalizada, gerou-se então mudança de planos quanto ao tema a trabalhar, mas a empresa já entrou em contacto com a instituição onde estou a estudar, informando-os do assunto. Quando fui à entrevista durante a fase de seleção de potenciais empresas do meu interesse, percebi que lá haveria uma forte possibilidade de conseguir trabalho após a conclusão do curso, ao contrário de outros locais.

Quis muito ter alguma tranquilidade, pois vivi anos conturbados. Com o aproximar do fim do curso preocupava-me como iria correr a procura de trabalho devido à idade, ao background profissional que poderia ser irrelevante para as empresas que, aliado à idade, levaria a afastar uma eventual contratação. Pensei seriamente, vezes sem conta, se seria uma boa aposta formar-me novamente. Não queria passar por outro fiasco. Felizmente, posso acreditar que consegui atravessar essa montanha. Independentemente disso, a minha principal meta é ter o certificado na mão, ainda que a conclusão da licenciatura esteja envolta de uma responsabilidade acrescida.

Não só eu fiquei mais tranquila, como a minha mãe. Acho que ela finalmente percebeu que este novo caminho que comecei a trilhar em 2020 me vai trazer mais estabilidade do que se continuasse a insistir em manter-me na minha área de formação inicial, que era o que ela queria. O amor à profissão, por si só, não coloca comida na mesa, não paga as contas. A situação piorou quando passei a trabalhar a tempo parcial, por valores hora baixos, para poder ter as manhãs disponíveis sempre que precisasse de ir ao hospital. E foram mais de cem manhãs, em cinco anos...

Aparentemente, desta vez, é um esforço que está a ser compensado e espero que a médio/longo prazo continue a trazer frutos.

É um alívio, precisava mesmo disto!

domingo, 12 de março de 2023

Reta final

Aquele que pretendo que seja o último semestre, o da conclusão do primeiro plano de reestruturação pós-infertilidade, iniciou no mês passado. Comecei o estágio curricular num laboratório a 20 km de casa e está a ser uma lufada de ar fresco sentir-me útil, ainda que como rookie. Para a instituição seria pouco emocionante e leve ter apenas o estágio. Para apimentar mais a reta final e não ficarmos mal habituados depois da sobrecarga que foi todo o curso, além dos 4 dias completos de estágio, há mais um com aulas laboratoriais das 8h10 às 18h, com 1h10 de almoço e 10 minutos de intervalo, às 10h. Além disso, às terças e quintas-feiras saio do estágio na esperança de não ficar retida na VCI para ir às aulas das 18h10 às 22h30, com pausa de 40 minutos para jantar, às 20h. Acrescem os variados relatórios, um projeto, quase tudo para ser entregue e apresentado num intervalo de poucos dias. A saga finaliza com a entrega do relatório final do estágio, exames e a prova final do estágio, algures durante a época de exames.

Nos fins de semana tenho os meus momentos Master Chef para a preparação das marmitas dos dias vindouros. Preciso de 7 em cada semana, pois quando tenho aulas pós-laborais necessito de trazer comigo almoço e jantar. Como há noites em que a competição por microondas pode ser feroz na instituição, opto por preparar para esses jantares pratos que podem ser consumidos frios. Uma vez que há frigorífico na empresa onde estou a estagiar, posso conservar os alimentos no frio durante o dia.

Faltam 19 semanas para, espero eu, respirar de alívio e começar a aproveitar um pouco melhor o tempo em que cá ando, com um trabalho digno. De acordo com a informação do portal da Segurança Social Direta, daqui a 24 anos e 4 meses reunirei condições para começar a usufruir da pensão de velhice, sem penalizações. Ainda tenho de ser produtiva durante um bom tempo.

Luta atrás de luta, está a chegar a hora de deixar de me sentir um parasita.