sábado, 17 de julho de 2021

Hirsutismo - abordagem terapêutica

Em posts anteriores falei que o hirsutismo tem vindo a piorar. Tive no ano passado uma fase espetacular, em que pouco me incomodava, quando fiz pílula contínua durante uns meses, antes da TEC 9. Quando deixei de a tomar voltei ao ponto em que estava. O hirsutismo pode apresentar vários níveis de desenvolvimento, consoante a parte do corpo onde ele pode surgir. A escala de Ferriman e Gallwey sintetiza os estádios associados a este efeito da SOP. Aquando a participação no estudo clínico InOvulação, num dos documentos que preenchi no dia em que fui ao Hospital de Guimarães, tive de assinalar como este distúrbio se manifestava, de acordo com esta escala.

Há algum tempo, em conversa com a minha médica de família, perguntei-lhe se a depilação a laser teria viabilidade. Como sofro de flutuações hormonais constantes, poderia ser contraproducente investir numa técnica sem qualquer resultado. Foi aí que ela me falou de um creme específico para o hirsutismo, que poderia produzir resultados. Há a possibilidade de não ter qualquer efeito, mas nada como experimentar! A única contraindicação é que não pode ser usado em situação de gravidez. Como isso não é problema para mim, comecei a aplicá-lo esta semana, no dia 14. Pode demorar cerca de 8 semanas a começar a notar-se o seu efeito e não tem ação definitiva, ou seja, se deixar de usar, em 8 semanas volta-se à estaca zero.

Não aposto por enquanto em laser pelo investimento que iria acarretar nesta fase. Além disso, tenho mesmo de fazer teste antes de passar ao tratamento propriamente dito, porque a minha pele tem um comportamento totalmente imprevisível. O creme não é a coisa mais acessível do mundo, mas a sua duração e o gasto que lhe está associado não constitui uma despesa elevada enquanto aguardo por dias melhores do ponto de vista profissional. Tenho outras prioridades neste momento a que dar atenção. Este pormenor estético posso colmatá-lo com o creme por enquanto, partindo do princípio que ele até pode resultar. Caso não funcione, tenho de me resignar à pinça diária e às inflamações crónicas que se vão alastrando cada vez mais no rosto. O resto que está escondido não me incomoda tanto e demora mais tempo a regenerar. Para quem está curioso sobre o creme que pode restabelecer alguma normalidade, o seu nome comercial é Vaniqa.

Daqui a algum tempo darei feedback sobre o produto.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Missão cumprida!

Último exame realizado e, se tiver tudo correr bem, daqui a dois anos termino o curso. 2020/2021 foi desafiante, menos entusiasmante do que esperava, muito por culpa da pandemia. Uma das iniciativas que me fez candidatar para aquela instituição em concreto ficou suspensa, pelo segundo ano consecutivo, devido a quê? Exato, ao vírus... Não acredito que o próximo ano letivo funcione plenamente em regime presencial, o que não me agrada.
A propósito de percurso escolar e académico, uma das coisas que me apoquentava quando ingenuamente pensava que um dia ia ser mãe era: que decisões tomar? O que iria valorizar? Não rejeitava nenhum modelo, nem descartava liminarmente o ensino doméstico, pelo contrário.
Aconteceram duas situações caricatas no exame que realizei esta manhã. A professora ficou muito surpreendida (pela negativa), mas a mim não me chocaram. São o reflexo do que sabia que iria chegar ao ensino superior, mais cedo ou mais tarde, e os professores universitários estão a aperceber-se disso. Uma vez ou outra partilhei com alguns professores como andam as coisas no ensino básico e secundário. Tenho reparado que há do lado deles desconhecimento daquilo que tem sido o ensino obrigatório, principalmente nos que já têm filhos adultos.

Conhecendo o sistema por dentro, apercebi-me da responsabilidade que iria ter em mãos quando chegasse a altura de tratar da integração da minha cria numa instituição de ensino. Posso dizer que a natureza foi generosa comigo ao poupar-me desse tipo de preocupação. Querem ver que esse é o sentido que ia encontrar para tudo ter corrido mal? Aliviar-me dessa ralação?

Agora algo que não tem nada a ver com o que escrevi.
Fui vacinada no dia 3 deste mês (num sábado). Até à quarta-feira que se seguiu tinha aquela dor no braço que me impossibilitava de deitar para o lado que foi picado. Exatamente uma semana depois, ao desviar o cabelo para trás, toquei na clavícula e senti dor. Tenho dois gânglios bastante aumentados, exatamente em cima do osso, no lado em que fui vacinada. Aconteceu-me algo idêntico com uma vacina da gripe, no entanto nesse caso foi logo no dia seguinte e apenas num gânglio. Nessa altura demorou cerca de um mês a normalizar. No dia seguinte a esta recente inflamação dos gânglios acordei com dor na articulação do ombro e ainda cá anda. Quando hoje conduzi para ir fazer o exame na universidade, incomodou bastante o cinto de segurança a tocar de forma persistente naquela zona. Se ao menos eles estivessem na depressão junto à clavícula, não me apercebia tanto, mas mesmo por cima do osso, não é muito agradável. A minha médica de família disse para estar atenta nas próximas duas semanas e, caso não diminuam, terei de fazer ecografia. Dia 31 faço a segunda dose, por isso terei de dilatar esse prazo.

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Num piscar de olhos, passou um ano

Daqui a uns dias faz um ano que iniciei a preparação da última TEC. Seguiu-se o soco final da valente tareia que consenti levar, quando achei que iria ser mãe à custa de um forte contributo científico. Como a minha capacidade para gerar uma vida é mortiça, os muitos empurrões não resultaram e deixei de viver, na verdadeira aceção da palavra. Não é que agora esteja living la vida loca, muito pelo contrário.
Tracei um plano para o pós-infertilidade, o meu desempenho no curso está a correr de feição, sinto-me globalmente bem, mas o pensamento continua pejado pelo que vivi. Pensei que tentar ocupar o meu cérebro ao máximo com outra licenciatura ajudasse a dispersar os pensamentos e suavizasse o luto. Quando o meu pai faleceu, em plena época de exames, foi no estudo que me refugiei. Não aliviou a dor, adiou o processo de luto. Atualmente estou a ser uma impostora para mim mesma, pois ando a camuflar a decepção. Não se sai de algo tão intenso com facilidade. Acabo por passar, mais tempo do que queria, a viajar no passado que me tatuou por dentro. Estou a perceber que será um estado se vai estender indeterminadamente. Não sei também até que ponto o isolamento social está a ter repercussões neste processo. A realidade é que não falo com ninguém sobre isto, nem estou com outras pessoas há demasiado tempo, tirando os meus familiares.

Espero que a transformação que estou a construir me traga frutos saborosos.