segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Dos neurónios que ainda andam por cá

Estou numa pausa de alguns minutos no meu estudo. Com a suspensão da atividade letiva presencial nos estabelecimentos de ensino, gerou-se uma reviravolta inicial na forma como iríamos ser avaliados, na sequência de um despacho emitido pela Presidência da instituição onde estou a estudar. Foi de tal modo absurdo que rapidamente deu origem a uma petição em que, alunos e professores, se insurgiram contra o mesmo. Essa reação acabou por ser levada em conta e a época de exames passou por ser adiada apenas uma semana em relação ao calendário inicial, em vez de transitar para o final do 2.º semestre, como foi indicado no tal despacho surreal.

Para já as coisas estão globalmente a correr (muito) bem, exceto uma cadeira que não faço a mínima ideia com o que contar. Nunca me aconteceu em tantos anos ir para uma avaliação de uma unidade curricular sem ter conhecimento do resultado da frequência anterior. Quinta-feira passada fiz o terceiro teste sem saber a nota do segundo. Essa avaliação foi realizada no dia 17 de dezembro, hoje é dia 1 de fevereiro e nada sabemos. Se isso acontecesse no exercício da minha atividade profissional daria lugar a várias reclamações e pedidos de satisfação por parte de alunos, encarregados de educação, direção e eventualmente direção regional, se fosse realizada exposição por alguém. Organizei o meu cronograma de forma a efetuar estudo antecipado para essa cadeira no caso de ter de ir a exame, porque já estou a prever que só teremos conhecimento dos resultados em cima do acontecimento e não quero ser apanhada de surpresa. Não é algo que me deixe satisfeita mas mais vale jogar pelo seguro.

Posso estar com os segundos contados em tudo o que faço diariamente mas há algo de que não me consigo descolar que é dos anos que antecederam esta etapa. Acho que me envolvi demasiado e é estranho não fazer mais parte da minha rotina. Passou meio ano desde que tudo terminou e revivo esse tempo como se tivesse começado ontem. Pensei que o manter a cabeça, o mais ocupada possível, fosse dissipar lentamente os pensamentos mas não está a resultar. Não é arrependimento ou um sofrimento desmedido, porque estou resolvida, mas há um bloqueio que não me deixa viver um dia sem pensar em todos os outros que me trouxeram até esta fase da vida. Disse várias vezes que o que vivi foi uma espécie de tortura e houve momentos muito violentos que não sei como consegui encará-los com lucidez, sem desmoronar por completo. Preciso de dias mais solarengos, menos confinados, pois fechei-me ainda mais na minha casca com esta maior clausura.

1 comentário:

  1. Normalmente ocupar demasiado a cabeça não dá o resultado que esperamos, ou talvez dê temporariamente mas talvez tenha sido algo que tomou muito tempo, muito esforço, energia e vai ocupar o seu espaço até se tornar uma memória mais distante ;)
    Boa sorte nos exames...

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