quarta-feira, 17 de junho de 2020

TEC 9 a caminho!

Recebi esta manhã a chamada que confirmou que a TEC 9 vai concretizar-se. Dia 21 de junho termino a pílula e a 26 vou fazer ecografia. Vamos também assinar o consentimento para a desvitrificação dos dois mini-nós, a nossa última esperança. Sinto que o fardo que carrego está mais leve. O fim está aí, acho que estou preparada para o que se segue. O desenvolvimento da nossa jornada na infertilidade foi estranho. Às vezes parecia que não estava a viver nada daquilo e que não passava de um longo sonho do qual não acordava. Focámo-nos nos últimos dois anos em terminar isto, por nos estar a fazer mais mal que bem. É chegada a hora. Incrivelmente encerro o processo com a mesma determinação com que o comecei.
Mesmo que a TEC seja infrutífera, tal como todas as outras, não sairei com rancor do Hospital de S. João sobre o qual apostei as minhas fichas, ainda nem sequer conhecia o meu marido. Sei que a equipa desejou tanto quanto nós que as coisas resultassem e fizeram o que podiam para nos ajudar a conquistar o nosso sonho. Digo, mais uma vez, que são excecionais, apesar dos problemas de que padecem com a falta de capacidade de resposta, em tempo útil, para tanta gente que necessita dos seus serviços. Se houver uma reviravolta na nossa história, é lá que quero continuar até chegar o dia que mudará a minha existência.

Se sobrar alguma justiça neste mundo, gostava de ser poupada de outra perda. Acho que o luto da desistência será mais fácil de suportar se tiver logo resultado negativo. Estou a traçar vários cenários mas não me posso esquecer da questão da desvitrificação que pode não correr da melhor forma. Então, em primeiro lugar, espero que o endométrio se porte bem, em segundo que haja, pelo menos, um mini-nós apto a transferir. Depois disso, aceito um negativo ou uma gravidez como manda a lei. Situações que fujam destas duas hipóteses, só irão reforçar a crueldade que tem caído sobre nós.

De uns anos a esta parte a asma tem voltado. Sou asmática desde sempre, tive uma infância complicada por causa disso. Houve também fases da adolescência em que esporadicamente era acometida por crises com uma certa violência. Ao chegar à idade adulta voltei a ter episódios menos intensos e, mesmo agora, de vez em quando, tenho de me socorrer do inalador. Nos últimos 3 anos, a minha época oficial para o regresso da asma é em junho. Não tem nada a ver com o que sentia quando era miúda, contudo há sempre o receio de que volte a causar-me grandes sustos. Durante estes dias tenho sentido a minha capacidade respiratória mais débil e espero que na altura em que faça a transferência não piore, para não ter de fazer inalações. Vou, no entanto, pôr as médicas a par da situação. Dia 30 farei novamente controlo da função tiroideia e estou a torcer todos os meus dedinhos para que finalmente a tiróide tenha outra vez a TSH normalizada. Será um problema se não tiver estabilizado. Há perto de um ano que ando a tentar fazer o acerto adequado. Tenho ódios de estimação de algumas partes das minhas entranhas. No topo da tabela estão os ovários, em segundo lugar a tiróide.

A ação vai regressar rapidamente, nos próximos dias deixarei aqui as palavras que vão retratar o final de uma luta com 8 anos e 7 meses.

3 comentários: