sexta-feira, 4 de outubro de 2019

PGT-A - Dia 12

As pipocas estão aí! Os folículos têm tamanhos heterogéneos mas ainda há tempo de alguns poderem vir a ser os tais. Não tenho a contagem detalhada contudo, pelo que vi, o ovário esquerdo tem 12 candidatos e o direito 10. Terça-feira é o dia da punção. As minhas amêndoas devem estar do tamanho de ameixas ou tangerinas e lá para segunda-feira deverei carregar no meu ventre duas laranjas em explosão eminente. Quando estou sentada consigo sentir que tenho cá dentro umas coisas volumosas e fazer a ecografia não foi a melhor das sensações. A andar também noto a presença dos ovários. Agora é sempre a piorar.

Vou manter Menopur e Orgalutran até amanhã. Domingo, como não podia deixar de ser, fecho a loja com Decapeptyl 0,1. Adio, adieu, acho que me vou livrar definitivamente destes três e das hiperestimulações. Será o fechar de uma das várias portas que estão abertas neste labirinto. Estou preparada para sofrer mais um pouco. Não tem sido de outra forma nos últimos dois meses, a um ritmo diário, em diferentes partes do corpo.

Depois da punção vem o próximo mistério: o do resultado da fecundação. Por enquanto estou radiante pelo degrau da estimulação ter resultado num agendamento de punção.

A enfermeira disse que os meus ovários fazem ver a muitas jovens. De que me tem servido isso? Se me tivesse calhado na rifa apenas um ou dois ovócitos na primeira FIV, que culminassem num filho, tinha ficado muito mais orgulhosa do que nos mais de 50 que me sacaram e que até agora não deram em nada.

Vou aguardar pelas cenas dos próximos capítulos, porque não tenho o dom da adivinhação.

4 comentários:

  1. Posso perguntar porque é que doação de óvulos não é solução para si?
    Estou a torcer deste lado para que tudo corra bem!

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    1. A hipótese de doação de ovócitos nunca foi colocada em cima da mesa possivelmente porque houve sempre muitos ovócitos. Normalmente essa sugestão é feita em situações de baixa reserva, que não é o meu caso. Os embriões também têm existido em boa quantidade e em termos de classificação têm variado entre as classes A e B. Olhando para tudo o que aconteceu, quantidade pode não ser sinónimo de qualidade. Depois há também a questão de não sabermos realmente se a causa está em mim ou nos embriões, daí ser feito agora o rastreio de aneuploidias. Considerando a hipótese de não existirem embriões viáveis, as médicas provavelmente dirão que a alternativa é a doação de ovócitos. Mesmo que essa opção fosse sugerida quando esgotei os embriões da primeira FIV, eu teria dois anos de espera no público e um impasse do Tribunal Constitucional, que já não daria para mim devido à idade. No privado não temos capacidade financeira para suportar o custo da doação de ovócitos e, mais importante, não é algo que queiramos fazer. A doação de gâmetas, embriões ou adoção de uma criança, não faz parte dos nossos planos. A esse respeito temos as nossas razões e é apenas a nós que dizem respeito.

      Obrigada pelo apoio! Se não correr bem outra vez, estou em paz comigo.

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    2. Obrigada pela resposta.
      Era pelas razões da medicina que perguntava e não pelas razões íntimas/emocionais e que só ao casal diz respeito.
      Sei que é complicado acreditar mas tem fé. O que é para acontecer, acontece no momento certo!

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  2. Tenho acompanhado em silêncio os últimos desenvolvimentos, mas continuo deste lado a enviar boas energias. Muita coragem! Um beijinho

    MM

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