Algures na primeira metade da década de 90...
"Já és mulher?" Questionaram-me algumas vezes umas colegas de escola.
Naquela altura apresentava características físicas que evidenciavam claramente que estava na adolescência. Contudo, sempre que me questionavam se já era mulher, durante muito tempo a minha resposta era sempre a mesma: "ainda não..."
"Já ser mulher" significava ter passado pela experiência da menarca e, consequentemente, o corpo entrava no início da vida reprodutiva.
Estava a estranhar esse dia tardar até que, em outubro de 1994, a três meses de completar 15 anos, ei-la: intensa, abundante, dolorosa, naqueles 9 dias que pareciam não terminar. Tinha deixado oficialmente a infância e entrado num novo mundo, atípico para quem julgava que se seguia uma adolescência calma, sem preocupações de maior.
Andava no 9º ano quando a famigerada menarca surgiu. Disseram-me que era normal não haver grande regularidade nos primeiros ciclos e então, pacientemente, aguardei. Passou um mês, dois, três, um ano letivo e durante todo esse tempo não voltei a experienciar o longo dilúvio doloroso, não porque tenha suavizado com o tempo, simplesmente não apareceu mais.
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