sexta-feira, 17 de julho de 2020

Dia 4 - TEC 9

O que me incomoda atualmente num ou dois períodos do dia são as náuseas. Não sei se é da combinação do Estrofem com este calor.

Dentro de casa estão 30°C e só saio em último recurso como foi esta manhã, para tratar da marcação das análises. Não tratei, voltei para trás sem nada resolvido. O meu centro de saúde tem um funcionamento peculiar que ainda não consegui perceber. Desde que começou o estado de emergência, a comunicação é feita basicamente por mail. Tem sido eficaz, ao contrário do que acontece presencialmente, que me sinto um extraterrestre de cada vez que me dirijo à parte administrativa. Cada um diz uma coisa diferente. Quando sigo as instruções dadas por um secretário clínico, em que tenho de voltar noutra altura para concluir o que é necessário cumprindo as indicações dadas, outro que me atende olha para mim como se eu estivesse a solicitar algo absurdo. O padrão mantém-se desde que estou inscrita naquela USF há 10 ou 11 anos (o pessoal que lá trabalha não mudou). É raro conseguir resolver alguma coisa sem ter de lá voltar duas, três ou até quatro vezes. Na terça-feira enviei e-mail para saber se a minha médica de família podia requisitar a análise da hormona beta-hCg na data indicada pelo serviço de PMA do HSJ. Pouco tempo depois tive a confirmação que a médica iria fazer o pedido e que hoje já podia deslocar-me ao centro de saúde para fazer a marcação. Fui então esta manhã, não por meu capricho, mas porque tinha indicação que hoje seria possível concluir a situação. Como o Covid dizimou todas as outras patologias que existiam no planeta e agora praticamente toda a gente é saudável, à exceção de quem contrai o vírus, só havia uma senhora na sala de espera e uma secretária clínica ao telemóvel. Quando o telefone toca não atendem mas o telemóvel é uma história diferente. Esperei que a senhora realizasse o favor pessoal que estava a prestar para alguém. Depois de terminar a chamada e fazer algumas coisas no computador, teve a gentileza de me pedir desculpa pela demora. Falei da situação do e-mail e comecei a ver aquela reação de quem estava perante um ET que balbuciava coisas desconexas. Foi procurar a requisição numa capa, depois noutra e não havia nada com o meu nome. Depois da busca acabou por dizer "venha na segunda-feira, só vai estar pronto nesse dia". Tentei certificar-me se, ao proceder ao agendamento da colheita, podia selecionar a data e ela afirmou com alguma convicção de que não haveria problema. Continuo sem certezas disso, uma vez que tudo foi e está a ser cancelado na ULSM e só com uma certa pressão é que se consegue fazer alguma coisa. Foi assim com as análises da função tiroideia e com o meu marido, igual. A propósito de cancelamentos, penso ter referido algures para trás que aguardo uma consulta de gastroenterologia no HPH. Foi pedida em novembro de 2019, adiada uma vez por impossibilidade do médico, como me acontecia frequentemente quando era lá acompanhada nas consultas de infertilidade. A minha médica de família diz que alguns utentes queixam-se do mesmo e com outros funciona tudo bem (o meu marido é exemplo). A nova data agendada coincidiu com o estado de emergência, então foi suspensa mais duas vezes e ainda não recebi nova marcação. Estou a tentar perceber se sofro de alguma doença inflamatória intestinal que está a interferir no meu bem estar. Há poucos dias fui encaminhada para imunoalergologia. O tempo de espera máximo é de 120 dias (em estimativas pré-covid, como acontecia com gastroenterologia). Feliz de mim que fiz o rastreio ao estômago e cólon em setembro ou outubro passados e foi possível remover o décimo pólipo gástrico que decidiu habitar o meu estômago, antes da pandemia ter bloqueado o mundo. O meu marido fez uma cirurgia a 27 de fevereiro. Poucos dias depois as cirurgias foram suspensas. Estes são exemplos menores, em comparação com problemas gravíssimos que certamente andarão camuflados por aí, porque parece que, de repente, ninguém precisa de cuidados de saúde extra-covid.

Não estou rabugenta, tenho apenas uma enxaqueca mas por enquanto a prensa onde a minha cabeça está enfiada não se encontra muito apertada. Convoquei à tarde a minha massagista ronronadora para prestar serviços e ela não se fez de rogada. Trabalhou bem! Realizou a tarefa suplementar de me esfoliar, não precisei de lhe pedir, pois é inato nela. Os seus ronrons terapêuticos emitem frequências que são benéficas para manter-me zen q.b. 

A fome que sinto neste momento é anormal, acho que não estou a ser ludibriada pela gastrite. Há uma fronteira ténue entre a sensação de fome e a dor da gastrite de estimação mas o estômago não está a roncar.

Não tenho pontadas no útero, as mamas continuam com o tamanho (grande e pesado) habitual, o Progeffik sai branquinho. Permaneço na mais pura ignorância sobre se estou só ou acompanhada de vida.

1 comentário:

  1. Olá. É a primeira vez q comento mas sigo este blog há anos, comecei pela altura em q tive um aborto espontâneo. Entretanto tive um bebé que acabou de fazer um ano mas continuo a espreitar esporadicamente na esperança que a história chegasse a um final feliz.

    Apesar de n te conhecer desejo do fundo do coração que seja desta, que estejas grávida, q a gravidez corra bem e que nasça um bebé saudável e q seja feliz.

    Beijinhos

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